Os bastidores do automobilismo virtual com Luiz Felipe Tavares, Campeão Mundial de F4 Esports do FIA Motorsport Games
Recentemente, após conquistar o ouro em Valência, o piloto recebeu como prêmio um teste em um Formula 4 realA experiência foi nas pistas de Cremona, na Itália
Com uma trajetória que começou ainda na infância, Luiz se tornou referência como um dos principais nomes do automobilismo virtual no Brasil. Aos 26 anos, ele já soma títulos internacionais, atua como treinador, dá os primeiros passos no automobilismo real e sonha em unir os dois mundos.
Em entrevista ao site da CBA, o Campeão Sul-Americano de F4 FIA, indicado ao prêmio Sim-Racer do Ano 2024 no Esports Awards e também Treinador fala sobre carreira, desafios, conquistas e os planos para 2025. Confira:
Quando e como surgiu seu interesse pelo automobilismo virtual?
Desde criança. Comecei a andar de kart aos 10 anos e me apaixonei. Queria estar pilotando o tempo todo, mas só conseguia nos fins de semana. Foi aí que vieram os videogames. Meu pai me apoiou, compramos um volante, e comecei a praticar com jogos de Fórmula 1 e outros simuladores. Daí em diante, não parei mais.
Sua formação acadêmica contribui para a carreira de piloto virtual?
Sim. Sou formado em Tecnologia da Informação. Embora pareçam áreas distantes, esse conhecimento técnico me ajuda bastante com os simuladores e nos bastidores do que fazemos no virtual. Tenho aplicado muito isso em projetos ligados ao desempenho dentro do simulador.
Quando você se profissionalizou na área?
Por volta dos 17, 18 anos. Hoje tenho 26. Naquele momento percebi que o nível das competições era muito alto e que, para continuar tendo bons resultados, seria necessário encarar com seriedade. Foi aí que me profissionalizei de vez.
Você teve apoio nesse processo?
Atualmente, sim. No começo, minha família ficou receosa — queriam um caminho mais tradicional. Mas à medida que fui me dedicando e os resultados apareceram, entenderam que era uma escolha válida. Hoje atuo como piloto, coach e preparador de carros no simulador, entre outras frentes.
É possível viver financeiramente do automobilismo virtual?
É possível, sim. Depende da categoria, dos campeonatos e da equipe. Mas o segredo está em diversificar. Além de competir, há oportunidades com coaching, ajustes de setups, apoio a pilotos reais, criação de conteúdo... Tudo isso pode se tornar uma fonte de renda no ecossistema do Sim-racing.
Você teve uma experiência no automobilismo real. Como foi andar na Fórmula 4?
Foi incrível. Já tinha andado na Porsche Cup em 2020, mas o monoposto é diferente: banco único, posição justa... uma experiência inesquecível. Já estou com saudade. Entendi perfeitamente por que o automobilismo real é tão viciante.
Quais são seus planos para o futuro?
Ainda me considero novo e com muitas possibilidades pela frente. Essa experiência no real me fez repensar muita coisa. Quero, sim, trabalhar nos dois mundos — o virtual e o real. Unir as duas frentes seria o cenário ideal.
Tem alguma dica para quem quer começar no automobilismo virtual?
Sim: respeite o processo. Não tente copiar pilotos experientes ou pular etapas. Aprenda aos poucos, entenda o carro, estude as teorias por trás do que acontece na pista. Acima de tudo, divirta-se. O desenvolvimento vem com o tempo.
O que mais te chamou atenção ao pilotar um carro real em comparação com o simulador?
A diferença física. No simulador, você sente o volante e o pedal. No carro real, o corpo todo reage: a força G, as frenagens, as curvas... É outro nível de sensação. Mas, em termos de controle e comportamento do carro, o simulador reproduz muito bem.
Além de reflexo, o que mais é essencial para um bom piloto virtual?
O controle mental. Ter calma e paciência para entender o que está acontecendo na pista, onde buscar referências visuais, o comportamento do carro... Essa percepção é tão importante quanto a técnica.
Quais são suas próximas competições em 2025?
Temos alguns campeonatos nacionais em vista. Sobre eventos internacionais, ainda estamos definindo. A ideia é seguir atuando tanto no virtual quanto, se possível, no real.
Existem pilotos que atuam nas duas frentes, como você deseja?
Sim. O Max Verstappen — que, além da Fórmula 1, compete nos principais eventos de Sim-racing com a equipe dele. Isso mostra como o simulador se tornou uma ferramenta respeitada no automobilismo.
Para encerrar, o que mais você gostaria de destacar sobre o universo do automobilismo virtual?
O nível de competitividade. No virtual, todos correm com carros iguais, o que destaca ainda mais o talento puro. E você compete com pilotos do mundo inteiro, inclusive profissionais do automobilismo real. É uma arena extremamente exigente, onde a adrenalina e o espírito competitivo são tão reais quanto nas pistas físicas.
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Autor: Assessoria de Imprensa